quinta-feira, 23 de junho de 2011

Crueldade ou sobrevivência?

Diálogo:
A: E aí? Tudo bom? Como vai a vida? Tem trabalhado muito?
F: Tenho, sim! Estudando e trabalhando. Depois tô querendo um mestrado, mas aqui não tem a área que gosto.
A: Você gosta de quê?
F: Patologia animal.
A: Ah! Busca no Google: "Mestrado em Patologia Animal". Deve aparecer uma lista inteira de lugares que tenha.
F: É mesmo!
A: Mas e a namorada? Ainda está com aquela mocinha novinha?
F: Nada, "dei um chute". Complicou.
A: Bichinha, rapaz... O que ela te fez.
F: Engravidou!
A: Eita!
F: Mas eu fiz a danada tomar Citotec!
A: Mas essa menina não tinha 17 anos?
F: Pois é! Eu disse pra ela: "se não tomar vai ser pior pra você! Eu não vou tá aqui!".
A: ...
F: É, meu fio... Sobrevivência... Eu não tenho condições agora não. O problema é que eu não gosto de usar camisinha. Não tem jeito! É ruim!
A: Rapaz...
F: Eita! Vou indo, que tô atrasado, tô com outra namorada agora, comecei logo quando eu me desfiz daquela! Ela tá me esperando. Essa outra coisa! Falou!
A: ...

"A", obviamente, sou eu. "F" um colega de algum tempo. Fiquei muito chocado com a facilidade que ele falou: "fiz ela tomar o Citotec!" Basta clicar no nome para ter noção do que é essa droga. Para uma adolescente! Corpo em formação ainda. Em uma frase essa figura confessou uma série de delitos. Mas logo depois alegou legítima defesa, com um "questão de sobrevivência". Não falo pelo aborto em si, pois eu acho que as mulheres quem devem discutir isso, salvo os casos em que aquelas sofrem risco de morte por causa da gravidez (isso é opinião médica), pois é no corpo delas que a criança se desenvolve. Mas a vida da garota correu risco também e ele falou isso numa naturalidade assustadora. Pelo que eu vi pela internet, isso é mais comum do que eu pensava. Em pleno século 21, com todos os métodos anticoncepcionais disponíveis gratuitamente pelo governo. Esse diálogo me fez refletir... Ainda estou refletindo. Um dia eu acho uma conclusão. Isso realmente me chocou.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

A Matemática do Amor

Dia 25 de maio, foi comemorado o Dia Internacional do Orgulho Nerd, e como um geek assumido, aqui vai uma postagem em homenagem a isso!
Que eu sempre fui vidrado em matemática, não é segredo. Boa parte do que faço do que sinto do que penso, tem ligação com a matemática. A minha visão sobre o mundo geralmente é muito lógica. A matemática poderia ser descrita como uma linguagem que o homem desenvolveu para se comunicar com a natureza! Tem coisa mais bonita do que homem e natureza se comunicarem? No entanto nem tudo é tão exato em termos de número. A natureza é bastante complexa, certo? Mas até onde chega possibilidade humana de entender os fenômenos naturais? É aí que entra o CAOS.
Acabei de ver um filme cuja versão título em português é a mesma do título deste post: "A Matemática do Amor", ou "An Invisible Sign", título original. Apesar do título, fala basicamente de uma garotinha que viu seu pai adoecer e prometeu para ela mesma abandonar tudo o que gostava, desde comidas a vida social, mas não abandonava a matemática, pois com os números ela se sentia segura. É um filme muito interessante no ponto de vista psicológico. Mostra uma espécie de debate na mente da personagem de Jessica Alba em que ela tenta descobrir a "fórmula" para que seus maiores desejos se realizem, partindo da ligação intensa que tem com seu pai. Quando ela encara o desafio de ser professora, ela começa a rever seus conceitos.
Lembro que em Numb3rs, um seriado que faz uma abordagem bem específica de matemática, Dr. Chalie Eppes, personagem interpretado por David Krumholtz, escreve um livro de título "The Attraction Equation", ou em português "A Equação da Atração", utilizando-se de modelos matemáticos para fornecer as probabilidades de as pessoas serem felizes juntas. Existe um monte de calculadoras fajutas pela internet, mas o que o personagem de Numb3rs demonstrou foi uma idéia muito interessante, baseando-se em Sabermetrics, que é uma análise muito usada em beisebol com a evidência empírica e objetiva, que medem as atividades em jogo de um determinado jogador ou um time, para ter uma previsão de quem teria melhor desempenho no futuro.
Aí fica a pergunta: a matemática é aplicável no amor? Pela lógica, não. Afinal quando incluímos o fator humano numa sentença, o resultado torna-se imprevisível. Mas Kant, de modo bastante consistente, justificou consideração da matemática e da geometria ao nível de ferramentas-chaves para a obtenção dos juízos sintéticos para o avanço do conhecimento universal, o que torna a matemática um instrumento de imensos poderes para a ciência. A teoria do valor utilidade, formulada pela escola neoclássica de economia, reduz o comportamento dos indivíduos a uma busca racional por mais satisfação, por meio de diversos bens/serviços oferecidos, cada um com seu grau de utilidade comparável.
Inconsequentemente, nós mesmos medimos sentimentos, supondo quem gosta mais de quem, ou ama mais a quem. E muitas vezes me pego no dilema sobre "níveis de amor", se é que existe isso. Bom... Deixo para os psiquiatras, psicanalistas, psicólogos, psicóticos ou qualquer outro psico da vida resolver essa questão.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Retornando ao Blog

Estou ficando muito tempo fora e estou perdendo esta terapia que é escrever. Digo... Escrever coisas que não sejam forçadas, escrever livremente é legal. O que me quebra mais a cabeça é ter que terminar algo em um determinado prazo. Pois vou dando um intervalo para digitar coisas sem noção por aqui. Mesmo que ninguém leia. Começo por um dia a esmo em que eu estava lendo o Yahoo! Respostas e encontrei a seguinte pergunta:
"Homens prefem as MEIGAS ou as MEIGALINHAS?
sejam sinceros"
By nessinha
De várias respostas entre homens e mulheres variou sempre na mesma idéia: que preferimos as meigas para ter algo sério e preferimos as "meigalinhas para ficar, aproveitar, brincar, ou simplesmente transar. Pois eu fui o único a dar uma idéia diferente. Eu sinceramente não quero viver com uma mulher meiguinha que não me faça um homem completo, mas também não quero ser traído. Só se resolve isso tendo os dois lados da moeda. É possível? Creio que sim! Claro que não é muito fácil. O que é fácil também não é muito valorizado. Aliás, meigalinhas, boa parte delas, estão hoje como mães solteiras ou "cornificando" (abusando do neologismo) um sortudo. Eis minha resposta:
"Usando suas expressões, eu particularmente prefiro as 'meigas' que são 'meigalinhas' na cama. Um sábio uma vez me disse:
'Se você namorar uma santinha em casa que é uma safada na rua, se liga que você é corno. Se você namorar uma safada em casa que é uma safada na rua, sai dessa porque você vai ser corno e ainda pode pegar uma doença venérea. Se você namorar uma santinha na rua que é santinha em casa também, parte pra outra que desse mato não sai cachorro. Se você namorar uma safada em casa, mas que é santinha na rua, essa é uma jóia rara; segura porque o mercado não está pra brincadeira.'
Na verdade a mulher certa é aquela a qual nos apegamos suficientemente para nos mantermos fiel. Fidelidade é conquistada e não imposta como uma condição de relacionamento."
@alcnick (que sou eu)
Essa foi eleita a melhor resposta pela autora da pergunta, dizendo que o que eu disse é uma verdade. Mas por que foi assim? Porque isso é uma utopia ou porque é algo que existe mesmo? Eu basicamente formulei uma teoria baseado no mundo que vivo e experiências que vivi. Eu sei que mulheres assim são tangíveis, mas quem mais no mundo acredita? Nessa sessão de pergunta e respostas do Yahoo! só eu respondi baseado nessa idéia.
É o caos se instalando no mundo e as pessoas crendo menos na humanidade? Isso me fez pensar também o lado oposto. Achei no blog de Cintia Coelho uma postagem feita por Ricardo Rangel, de título: "Cafajestes ou Bonzinhos?"; fala sobre a preferência das mulheres analogamente o que foi discutido na pergunta citada. Um trecho forma a idéia completa do post:
"Usando uma comparação que eu vi no blog papo de homem outro dia, imagine duas xícaras de chá à sua frente. Uma com um delicioso chá de camomila, mas que está fervendo de tão quente. A outra com um chá de alguma erva sem gosto, que não está nem quente nem frio.
Os cafajestes são o chá fervente. Eles têm uma série de características que atraem as mulheres. Então, mesmo que elas *saibam* que a chance de se queimarem é grande, elas não ligam. Preferem correr o risco de meter a boca por lá e beber daquele saboroso chá. Aliás, elas se excitam justamente com a iminência de se queimarem."
By Ricardo Rangel
Estamos criando duas classes distintas de animais humanos? Os "copuladores" e os "casadores"? Diante disso estou vendo as pessoas crêem menos numa pessoa equilibrada e partindo para teoria dos extremos. Escolher entre o menos ruim. Isso é futuro? Tire suas conclusões.